Friday, August 25, 2006

Para o Líbano e em força!

A maioria das pessoas anda convencida que eu tenho estado da gozar umas brutas férias. Mas não é verdade. Tenho estado a trabalhar no duro por causa da guerra do Líbano, por causa de assessorar o Professor na decisão de enviar tropas nossas para lá. Isto são sempre assuntos muito complicados que a maioria das pessoas não percebe. E por isso é necessário recorrer a especialistas que como eu estudam os dossiers com profundidade. Só para terem uma ideia da dificuldade, que ainda por cima tem que recorrer ao choque tecnológico, fiz uma folha de cálculo (spread sheet) para avaliar da quantidade de gajos e gajas que podíamos mandar para lá para resolver aquilo duma vez por todas. A minha primeira sugestão de enviar doze milhões de soldados foi declinada pelo assessor militar que disse que não tínhamos assim tantos efectivos. O assessor para o desemprego até que estava do meu lado mas se não há pessoas que cheguem claro que não é solução. No cálculo seguinte já sugeri que enviássemos cinco milhões de soldados e meia dúzia de aviões de apagar fogos que no Inverno não fazem falta nenhuma. O assessor de imprensa disse que não podia ser porque já estavam reservados para levar as famílias dos bombeiros de férias para a Polinésia. Um gajo faz umas contas complicadas como tudo e vem-se um tosco qualquer que nem pensou no assunto e está a andar. Apurei ainda mais o sistema e cheguei a dois milhões de soldados incluindo todos os funcionários púbicos (o que dá sempre o apoio popular) e os eficientes gestores das nossas empresas públicas e privadas. O assessor para a economia ficou entusiasmado e os outros assessores aprovaram mas o governo não aceitou. Bom, nem imaginam a trabalheira que deu fazer mais de cinquenta propostas e serem todas inaceitáveis para o governo até que cheguei à proposta de cento e cinquenta gajos e alguns tarecos velhos que temos para aí e nem temos a certeza que funcionam. Pá, eu fiquei desiludido, porque um gajo esforça-se e no fim só aceitam as soluções que se está a ver que não vão resultar. Afinal querem resolver aquilo ou não querem? Pois a mim parece-me que não querem.

Joaquim (assessor)

(verção pezada)