Friday, October 20, 2006

A lebrizassão do abrôto - Hoje um artigo de fundo

Eu até que sou de esquerda mas tenho muitas razões para estar contra os abrôtos.

Preâmbulo

Uma coisa que sempre me comoveu foi olhar para a minha mãezinha e pensar que ela me tinha aguentado nove meses na barriga e resistiu a abrutar. Sinceramente acho isso heróico. E vocês que estão aí a ler isto com carinha de sonsos, aconteceu-vos a mesma coisa que a mim. Como vêem temos isso em comum. Se quisermos e para iniciar aqui uma tiuria da abrutação havemos de reconhecer que somos todos sobreviventes de abrôtos potenciais.

1. Razões económicas

O mérdicos já ganham o que querem e nem têm mãos a medir para tratar do pessoal que por aí anda com encha quécas e de pressões e di pulares e outras ainda mais in e por isso não é justo que ainda se fiquem com mais este trabalhinho de 'pártái-me'. Até porque todos sabem que ábrutájem há muitos anos que está na mão dos privados e para todos os efeitos isto seria uma nacionalização desses serviços que evidentemente iria criar uma terrível onda de desemprego no sector da parteirulujia. Há quem diga que metade do cãopurmisso Prutugal fez fortuna neste sector e nos químicos de distribuição privada e noutros sectores de ponta que são a nossa mais valiosa mais- valia. É portanto um grave perigo económico que essas empresas especializadas se fechem pois toda a economia se ia ressentir desde a venda de carros de luxo, aos telemóveis, aos plasmas, para não falar nos caríssimos condomínios fechados de luxo que se iriam ficar às moscas.

2. Razões científicas

A longa experiência dos técnicos das empresas privadas do sector e os centros de investigação têm um 'nou áu' que os hospitais iriam levar muito tempo a conseguir. Para quem não sabe, é em Prutugal que se faz a mais avançada prospecção abrutiva em que se seleccionam com rigoroso cuidado as abrutassões na benemérdita intensão de melhorar a raça. Estas técnicas que já vinham do Estado Novo (antigo) visavam evitar que nascessem pessoas pouco inteligentes. Uma técnica especializada topa isso só de olhar para a mãe, e então pimba. É por isso, por este trabalho que é feito longe dos holofotes da fama, por gente dedicada e desinteressada, que nos podemos orgulhar (orgulhosamente) da nossa raça de navegadores e heróis rigorosamente controlada pela tecnologia genética. Há, portanto, que impedir a destruição de um bem cultural e científico que nos distingue de povos atrasados que nunca deram nada de novo ao mundo.

3. Razões sociais

No essencial a questão duzabrôtos coloca um problema social a nível da paridade. Tanto que se fala da paridade para aqui e da paridade para ali e depois não se percebe que a lebrização duabrôto é um dos maiores inimigos da paridade. Mesmo hoje que ainda não se lebrizou o abrôto, é muito mais comum ver desmanchadoras que desmanchadores. Se se lebrizasse a coisa ainda se ia ficar pior. Comecemos então por entender que para haver paridade é preciso parir e depois havemos de ver que a lebrização do abrôto vai gerar muito mais abrôtos do que o país está preparado para sustentar. A outra razão social da empresa é a eliminação dos Einsteins. Deixado o abrôto ás mãos dos não profissionais corre-se o risco de serem eliminados génios potenciais que muita falta iriam fazer à nação. Estou a pensar numa série de nomes sonantes que se tivessem sido abrutados não estariam hoje aqui a levar a nação há sua mais alta glória.

4. Razões individuais

Pensando concretamente em mim, não estou a imaginar o que seria este país hoje se eu tivesse sido abrutado. Como é fácil de se ver quem me tomar como exemplo fica imediatamente do lado do não. É por isso que eu estou a formar um grupo de não abrutados para fazer campanha contra o sim. Hoje somos poucos mas amanhã seremos milhões. A nossa campanha vai-se ter como lema principal "O Jakim tá contró sim!" e vamos ter várias palavras de ordem durante as manifestações. O nosso objectivo prioritário é abrutar a indecisão daqueles que ainda não se decidirão. Vamos descer ao país real e até devemos ir às feiras e às praças para que todos fiquem a conhecer as nossas razões.

Uzabrôtos a quem os trabalha! A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)
(Texto abortado)

Tuesday, October 17, 2006

Subsídio cultural

O elevado nível de vocábulos deste 'blogue' tem sido um verdadeiro sucesso na resolução de algumas dúvidas que a maior parte das pessoas não consegue encontrar facilmente. Ainda hoje por exemplo vieram aqui à procura de “murangus com assucar”. Onde mais se puderiam encontrar? E “auto extima”? Onde mais existe auto extima a não ser neste 'blogue'? E “mençagens”, e “tradussoes”, e “fotugrafias” e “teistos da madeira”? E onde é que alguém esclarece temas como “carros baichos”, “freses e pençamentos”, “esculher nome para bebe” e “que rassa são as pessoas de Macau”? Talvez não saibam mas tenho sido muito solicitado para dar conselhos a pessoas importantes que já se aperceberam que, modéstia à parte, a mente brilhante que está por trás da estratégia do Perufeçor é a minha que vós, caros leitores já há muito se tinham dado conta. Por essa razão e por outras que agora não vêm ao acaso, acho que é tempo de se começar a compensar o meu esforço de vos manter “up to date” sobre a realidade nacional. Como é muito difícil cobrar a quem vem aqui ler, tive a ideia de intimar o governo de que ou me dá um subsidio para eu manter esta folha cultural ou eu acabo com isto e o povo, que já está farto que lhe retirem privilégios, vem para rua protestar ainda mais. Eu sei que isto pode parecer um bocado drástico mas com estes 'gajos' tem que ser assim. Eu até que sou de esquerda e por isso mesmo acho que quem trabalha deve ser recompensado. Um destes dias venho cá para vos dar a minha opinião sobre o borto que é para já irem fazendo os vossos prognósticos de como é que vão votar no referendo. A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)

(original)