Monday, May 08, 2006

Solidariedade

Costuma dizer-se - embora nos dias de hoje possa ter más interpretações - que por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. É o que se passa comigo. Não fora a Umbelina e talvez eu não tivesse chegado tão cedo a assessor do mais alto magistrado da nação. É a Umbelina que graças à sua formação em sociologia me tem dado o apoio necessário para de uma maneira científica elaborar as minhas estratégias de concertação sócio-políticas. Além disso passa-me as camizas impecavelmente. Graças a estar desempregada - há males que vêm por bem - na expectativa de um dia ser ministra da cultura ou de outra coisa qualquer, tem-se dedicado a estudos exaustivos sobre sabedoria milenar e vai, com o meu alto patrocínio, passar a publicar aqui no 'blogue', uma série de artigos que vão dar oportunidade a milhares de pessoas de melhorar o seu potencial. Quero dizer-vos que aquilo de que ela vai falar tem sido estruturante da minha maneira de pensar e viver e por isso estão a ver a sua grande importância. Hoje as coisas aqui por Blãe estão muito toldadas. O fantasma do Almirante anda por aí a fazer discursos e parte a paciência aos assessores. Os funcionários da casa que já estão habituados dizem que isto acontessse sempre que o Belenenses desce de divisão. Como somos quase todos do Bãefica estamos solidários.

Jakim (assessor)

(Chulidaridade aqui)

Wednesday, May 03, 2006

Blackout

Depois destas semanas intensas em que a minha assessoria ao Purfeçor me ocupou quase vinte e quatro horas por dia espero ter agora mais tempo para manter os meus fãs a par das minhas importantes actividades e devidamente fornecidos de sabedoria e ensinamentos úteis. Estas semanas, tomando emprestada a boa prática das equipas de futebol, estivemos em 'blackout' enquanto preparávamos as acções de fundo que vão transformar o país. Muitos dos mais atentos dos meus seguidores aperceberam-se de como a minha modesta contribuição já está a influenciar significativamente o discurso do Purfeçor o que, como devem calcular, me enche de orgulho. Faltam apenas alguns pormenores de linguagem. De qualquer maneira quero chamar a atenção para o facto de o novo tipo de português que os orgãos de informação andam agora a promover - o famoso mais carenciado ou simplesmente carenciado - já por mim tinha sido devidamente identificado como mais necessitado ou simplesmente necessitado. A inveja é uma coisa muito feia e o plágio é a marca rancorosa da inveja. Desta vez como pessoa magnânima que sou não vou fazer valer os meus direitos em tribunal, mas começo a ficar preocupado com esta falta de ética. Estar preocupado com os mais carenciados é o mesmo que estar preocupado com os mais necessitados. O Purfeçor acha que devemos estar preocupados com os desfavorecidos porque ainda não percebeu a lógica da coisa. A doutora que trata do banco alimentar já disse, e muito bem, que quanto mais diferença houver entre os desfavorecidos - coitados - e os muito necessitados, melhor. A focalização do discurso do Purfeçor na questão dos mais necessitados é uma rotura no paradigma de o mais alto magistrado da nação se centrar em inúteis discursos sobre a assiduidade dos deputados - que eu já aqui desmontei - e em prosas sobre o deficit e a produtividade. Para hoje deixo-vos como meditação o facto de termos entrado no mês de maio e a necessidade e pensar no lugar onde é que nos vamos esquecer durante uns dias da crise que o país atravessa.

Joaquim (assessor)

(Bléque-aute aqui)