Saturday, December 06, 2008

Escrita Criativa

Aqueles que me conhecem e têm o privilégio de conviver comigo sabem que eu, modéstia à parte, sou uma pessoa extremamente modesta. Se há coisa que eu não aceito é publicidade imerecida à minha pessoa. Sou mesmo assim: as minhas capacidades estão à vista de todos e por isso não temo avaliações nem classificações. E porquê, estais vós a perguntar? Porque estou sempre "up to date". Estou sempre em formação contínua e sempre a aprender. Nestes meses em que não pude dar-vos assistência estive nos Estados Zunidos a fazer vários cursos de pós-graduação e assim, para me actualizar em questões de escrita criativa, avaliação de professores, economia de "offshores", choques tecnológicos, "opinion makers", etc. E claro que também estive a dar uma mãozinha na campanha do amigo Óbama. Aliás, as pós-graduações foram apenas um disfarce, embora muito útil, porque o McCain já me tinha convidado primeiro e não aceitei cá por coisas, e se tivesse conhecimento que eu ia ajudar o Obama, o McCain tinha desistido. Mas o importante é que aprendi uma série de coisas que vou puder partilhar com vocês e assim ajudar a elevar a cultura deste país do futuro.

Em relação à escrita criativa era um sonho meu de há muitos anos, depois de um professor de português me ter dito que a minha escrita era muito densa e por isso eu nunca iria conseguir ser um "best seller". Segundo ele eu teria que aligeirar as minhas temáticas para atingir mais leitores já que a maioria dos leitores deste país não estava em condições de me perceber. Modéstia à parte eu percebi a mensagem e fiquei na expectativa de ter uma formação que me permitisse redigir para leitores com menos ginástica intelectual. Estes meses tive aulas com as maiores sumidades americanas de comunicação. Alguns deles até fazem a publicidade da McDonalds e da Coca Cola. É gente que sabe como transmitir a verdade de uma maneira eficiente e directa. E eu na minha modéstia e generosidade vou dar-vos uma parte importante desta informação essencial. A bem da nação!

Jakim (assessor do Professor)

(Original)


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Wednesday, January 16, 2008

Top model

Segundo a estatísticas mais recentes um grande político ou anda com uma top model ou é maricas. Quem me disse isso foi o Perufeçor que anda muito preocupado. Aliás ele anda meio macambúzio desde antes do Natal, quando descobriu que os ex-ministros do governo dele estão todos a ganhar muito mais dinheiro como gestores do que ele como presidente, fazendo ainda menos do que ele faz. Por isso quando ele me veio dizer aquilo, vi logo que trazia água no bico. Na verdade ele estava a dizer-me que eu, e tal, tinha imenso talento e era um economista de grande qualidade mas estava limitado por não estar a andar com uma top model. Confesso que fiquei um bocado ofendido. Mas como o Perufeçor é um génio sem maldade eu limitei-me a demonstrar-lhe que na verdade, desde que ando com a Umbelina, ando realmente com uma top model. E mais. Enquanto os mais conhecidos grandes políticos andam com top models que já passaram (de prazo) aquilo que se poderia chamar a boa idade, ou a idade em que são boas, a minha Umbelina está agora nos vinte cinco e na idade em que uma top model pode estar mais apetitosa. O Perufeçor ficou surpreendido porque não sabia que a Umbelina tinha sido top model. Então expliquei-lhe que a Umbelina se tinha tornado top model no início dos anos oitenta quando foi convidada para o lançamento duma linha de fraldas descartáveis anatómicas com elásticos. Só abandonou a actividade aos três anos quando deixou de usar chucha a conselho do médico para não estragar os dentes. Durante esses três anos participou em tudo o que foram desfiles, sendo das poucas estrelas da moda que além de mostrar as mamas, ousou posar nua na TV, no que foi pioneira em Portugal e muito exportada para a Alemanha, para a Bélgica e para o Reino Unido. Depois de se retirar da alta-roda dedicou-se à família, e quando nos conhecemos apercebeu-se logo que eu tinha grande futuro na política e tornou-se o meu braço direito. Assim vão por água abaixo as expectativas dos que já me consideravam liquidado como grande político. A bem da nação.

Joaquim (assessor)

(original)

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Tuesday, November 20, 2007

Durmissílios

Os meus aficionados têm-me enviado muitas mensagens a reclamar a minha falta de presença aqui no blogue. A Umbelina tem estado a gerir com imensa qualidade as eichitassões e eu tenho estado a cumprir as minhas preciosas missões do interesse do país. Claro que devo umas explicações àqueles que me são mais dedicados. Então é assim. Para alem da minha actividade de assessor, a que dedico muito do meu tempo diáro, tenho estado a fazer intervenções político-sociais de carácter cirúrgico. Em vez de expor aqui as minhas meditações, tenho estado a fazer uma espécie de serviço ao durmissilio. Isso mesmo, vou a casa, no sentido virtual do termo. Então é assim, vou aos blogues onde as coisas estão a ser discutidas e ponho lá a minha demolidora opinião. É uma intervenção de grande poder de penetração. As pessoas que andam assim, um bocado perdidas, recebem de maneira gratuita o conselho que estão mesmo a precisar. Este meu esforço está a dar frutos e apercebo-me que as pessoas ficam de tal maneira cilindradas pela minha perspicácia que nem me respondem. A não ser que seja para me elogiar. Já é proverbial que onde o Assessor Jakim comenta a discussão termina.

Novidade mesmo é eu estar-me a preparar para ser comentador político. A minha intuição diz-me que para ter maior intervenção social tenho que ser analista político. Em breve darei notícias sobre este meu novo projecto. A bem da nação.


Joaquim (assessor do Perufeçor)

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Monday, October 15, 2007

A luta de Quelaces

Enquanto na Xina o Pratido Quemunista Xinêz (PQX) abole a luta de classes, porque manifestamente não tem classe para isso, no Ocidente e particularmente em Portugal ela está cada vez mais activa. Marx que propôs o marxismo como ideologia da igualdade, esperava que no futuro houvesse uma sociedade sem classes. Ora aconteceu que os países em que se tentou criar sociedades sem classes, eram países que já então não tinham classes nenhumas, o que deu, e só poderia dar, asneira.

Em Portugal existe, e sempre existiu, uma proveitosa luta de classes que, para bem de todos nós continua muito vigorosa. Temos visto que a existência de gente com muita classe dá origem a muitas classes de gente. Eu, por exemplo, que tenho muita classe, e faço muita questão de ser reconhecido por isso, tenho que lutar diariamente com gente que não tem classe como a minha.

Apesar de eu ser assessor do Perufeçor, não fui eleito para Vice-Presidente do Flipe. Porquê, perguntais vós? Muito simples, por que tenho muita classe. Sou das classes que têm mais prestigio das elites do país. E por isso não me junto a outras classes que não estão à minha altura.

Queria aproveitar para explicar que só são classes as classes que têm classe. Não faz sentido incluir nas classes os desfavorecidos que não têm classe nenhuma. As classes são sempre constituídas por pessoas com muitas necessidades, diz-se mesmo que quanto mais mais-necessitados forem, mais classe têm. É por isso que os mais desfavorecidos se endividam tanto com os bancos cheios de classe dos mais-necessitados para se parecerem com eles. A luta de classes é, portanto, um meio que a sociedade tem de colocar cada um no seu lugar merecido.

A bem da nação.


Jakim (assessor do Perufeçor)

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Sunday, September 30, 2007

Mássanata

Os mais atentos já devem ter dado conta que o blogue foi remodelado na intenção bem sucedida de se modernizar. De facto os novos tempos são de oportunidades e não devemos desperdiçá-las. É muito importante que acompanhemos os novos tempos e estejamos “ape tu deite” com a modernidade. Assim, as “meditassões” entram num novo ciclo, mais profissional e ao mesmo tempo menos amador. Há que juntar o útil ao agradável.
Para isso temos que agradecer às receitas que vamos receber dos nossos patrocinadores que gentilmente se propuseram a patrocinar esta difusão cultural que este blogue tem revolucionariamente difundido na 'internet'. Modestamente sinto que a grande vitória de ontem no 'PêÉsseDê' é já um fruto do investimento que aqui temos feito na mudança do país para algo muito melhor. É de iniciativas pessoais como a minha que o país espera desesperadamente há milhares de anos. Mas a mudança vem aí!
Os nossos cinco primeiros patrocinadores são entidades muito bem conhecidas da bolsa dos Portugueses. A 'Caixa Jeral de Pózitos', o 'Banco Marcial Perutuguêz', o 'Banco Perutuguês da Vestimenta', os 'Bancos Pirites Santas' e o 'Banco Santa Andreia', fazem há anos a delícia dos Portugueses mais necessitados que lá são directores. Uma grande parte dos Portugueses mais desfavorecidos deposita neles a esperança da sua vida e a eles deve a casa que tem. Pois são estas entidades que ao abrigo da lei do 'mássanato' passam a colaborar desinteressadamente com as 'Meditassões do Jakim', como já fizeram com muitas outras entidades públicas relevantes do nosso país. A bem da nação.

Jakim (assessor do Perufeçor)
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Wednesday, September 12, 2007

A Mãmotecnulujia - (jakimpédia online)

No esforço de vos dar a conhecer o que de mais importante se vai fazendo em ciência e tecnologia, e para que não pensem que a evolução técnica se resume à sociedade da informação venho hoje falar-vos da mãmótecnulujia.
A mãmótecnulujia consiste em ter acesso às coisas muito pequenas uma de cada vez. Ao contrário das tecnologias maiores em que as coisas são grandes ou se encontram em lotes de grandes quantidades e em que cada uma tem um valor muito significativo, na mãmótecnulujia, há uma acumulação no tempo de coisas muito pequenas e de pouco valor, dando normalmente origem a benefícios muito grandes. As empresas de telefones, por exemplo, são empresas de mãmótecnulujia: cada chamada é muito barata mas está sempre "a pingar" e é um vê se te avias de lucros. As empresas de electricidade também são do mesmo género tal como as da água e do gás. As igrejas, os partidos e as organizações sem fins lucrativos, também funcionam nesta base que agora tem o nome de mãmótecnulujia e que antes era popularmente conhecida como "grão a grão enche a galinha o papo". Hoje em dia graças ao marketing, a mãmótecnulujia cresceu em importância e todas as empresas cotadas em bolsa investem nela.


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Tuesday, September 11, 2007

Eichitassões - o regréço

Como já devem ter reparado, este blogue, naquele sentido de proporcionar cultura para todos, reactivou o "Eichitador" em moldes mais práticos que o anterior. A Umbelina que está em casa sem fazer nenhum e tem uma ligação "há dêésseéle" vai estar responsável para que não vos faltem frases daquelas boas para pensar e exibir nos círculos mais culturais. Muita gente tem perguntado porque é que a Umbelina não tem emprego sendo eu uma pessoa tão importante e com tantos contactos quase tão importantes como eu? Já ouvi dizer que é porque eu sou uma pessoa muito recta e não usaria os meus grandes conhecimentos para beneficiar pessoalmente deles. E quem diz isto, di-lo como se me estivesse a elogiar. Ora eu quero esclarecer que estão completamente enganados. Eu sempre fui a favor duma sociedade do conhecimento; sempre me posicionei de maneira a que o conhecimento fosse usado em grande escala; sempre defendi que é através dos conhecimentos que se constroem as grandes estruturas; e estive sempre do lado dos que têm grandes conhecimentos (como por exemplo o Sr. Perufeçor). O que eu acho é que a Umbelina, como mulher que vai ser a mãe dos meus filhos, deve ficar em casa a cuidar dela e a pensar no nosso casamento que está quase quase. Até porque eu quero ter muitos filhinhos - encher o mundo de Jakinzinhos é o meu sonho - para combater a abstenção dos meus concidadãos e a Umbelina tem que estar preparada para ser uma boa dona de casa e mãe de família. Por essa razão não tenho usado os meus conhecimentos para lhe arranjar emprego mas, pelo contrário... Bom! A gente tem que fazer pela nossa vidinha e lutar pelos nossos objectivos, porque senão mais ninguém faz, e o mundo é de facto um lugar perigoso. Aproveitem bem as "eichitassões" da Umbelina para melhorar a vossa cultura, enquanto são de graça. A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)

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Saturday, September 01, 2007

Hámizade

Hoje vem no Expresso que há pessoas invejosas a dizer que o nosso ex-Primeiro Ministro e Presidente da Comissão Irupeia (PCI) beneficiou empresas portuguesas nos concursos internacionais para a construção de coisas lá fora, como se isso tivesse alguma coisa de mal. Então quando o nomearam, e nós quase ficámos órfãos por causa dele se ir embora, era para ser importante para nós e trazer-nos benefícios. Todos sabem cá na terra que uma pessoa deve defender os seus amigos e os da sua terra, e quem não faz assim não é digno de confiança. O PCI é dos nossos e está preocupado com os da nossa terra e é assim que deve ser. Depois nós é que somos atrasados! Eu acho que se deveria fazer um livro a explicar bem explicadinho ao pessoal da Iuropa toda, algumas coisinhas muito simples que eles ainda não conseguiram perceber. Por ixemplo "o Principezinho" é sempre o livro que os portugueses mais citam quando dizem o que mais os influenciou na juventude. Lá está. A amizade é uma coisa muito bonita e é a mais importante para nós. Nós estamos muito à frente e eles nem nos conseguem apanhar. Mas escusavam de ser invejosos. A bem da cultura da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)

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Friday, August 31, 2007

Rã tré

Aproveitei as minhas curtas férias para uma reflexão sobre o estado do mundo e de como melhorar as coisas sem ter modificações genéticas. E pensei que a minha responsabilidade começava aqui neste blogue e na sua reestruturação. O que tem acontecido de grave é um certo afastamento do projecto inicial de incremento cultural e excremento político. Como já dizia o Jaime Jóisse não é possível servir a dois senhores ao mesmo tempo. Assim, é minha intenção passar dar-vos aqui mais cultura intemporal e saberes bons para o espírito e recusar a informação efémera do dia a dia que mais não faz que confundir a cabeça das pessoas, das coisas e dos animais. Assim, é meu firme propósito dar-vos doses diárias, todos os dias, de ensinamentos imprescindíveis para terdes uma vida mais feliz e saudável num ambiente cada vez mais caloroso. A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)

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Sunday, June 24, 2007

Vacacorte

Estou possesso! Ainda há dias aqui falei do complot que foi montado para que este blogue não fosse considerado um blogue com tomates. Pois isso de que falei é apenas uma ponta do Icebergue! Como toda a gente não viu a ÉrreTêPê boicotou a entrega das medalhas que eu, com todo o esmero, dedicação e profissionalismo, tão bem preparei. Quem viu, sabe que foi o melhor da festa. Os milhares de presentes deram-me os parabéns e disseram que eu desta vez ainda tinha conseguido um melhor desempenho do que o ano passado. E vai daí a ÉrreTêPê, boicota. No caso, sendo a ÉrreTêPê uma ela é mais apropriado dizer que vacacorta! O Perufeçor em solidariedade a mim protestou em boa hora - onde apareceram ratos mortos - e a ÉrreTêPê transmitiu em diferido. Mas o mal estava feito. Não é justo que o acontecimento do ano, em que no fundo foram medalhadas as maravilhas de Portugal, estas sim, houvesse da parte daqueles energúmenos uma preferência por mostrar produtos que só servem para endividar ainda mais os portugueses.
Mas o complot não se ficou por aqui. Como assessor para a cultura fui eu que preparei até ao mais ínfimo pormenor todas as questões relacionadas com a grande exposição em Washington daquelas bugigangas velhas dos descobrimentos. A minha intenção, como bem se percebe, era mostrar àqueles parolos lá da América que ainda eles não tinham nascido já nós fazíamos globalização de olhos fechados e com uma perna às costas. Pois eu preparei tudo e só não fui lá à terra dos gringos porque estava a precisar de descansar um bocado. (Como já devem ter percebido não abunda nesta casa a inteligência e por isso o Perufeçor quando quer que as coisas corram sem problemas recorre a mim o que me faz ultrapassar largamente a minha função de assessor cultural. Embora, do meu ponto de vista universalista, tudo é cultura! Mas isso faz com que eu ande sempre numa roda viva a tapar a inoperância dos outros assessores). E também não me estava a apetecer confraternizar com os nossos imigrantes que, como sabem, não são assim muito cultos e falam um português cheio de erros ortográficos e de sintaxe. Pois bem, não fui e deu bronca. O tio Bush mal soube que eu não tinha ido recusou-se a receber o Perufeçor! Falei com ele ao telefone vermelho e tudo mas ele disse que não, que "não percebia nada do que o Perufeçor dizia com aquela mania de as palavras terem de sair aos empurrões, para dar a impressão que são muito pensadas" (sic). Bom, ia-me zangando com ele. Mas não interessam os pormenores. O facto é que não consegui demovê-lo.
Ora, para mim, isto são forças de bloqueio a mais. Estou a estudar a situação e não ponho de parte a hipótese de ser uma manobra do Putin desde que teve aquele encontro com o primeiro ministro (não ponho aqui o nome que é para ele não me processar). Não passarão! A bem da nação!

Joaquim (assessor do Perufeçor)
(original)

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Thursday, May 31, 2007

Blócontumates

Costuma-se dizer que dá Deus nozes a quem não tem dentes. E é verdade. Aqui o meu blogue que é internacionalmente reconhecido como de utilidade pública e um dos maiores defensores dos direitos humanos e que até já foi citado pela Aminestia Intrenassinal como dos mais corajosos intervenientes na defesa dos oprimidos, ainda não foi nomeado como blogue com tomates. E o que mais me incomoda é que deve ser o único blogue da internet que ainda não veio numa lista dessas. Ora isto só pode querer dizer que se trata de um 'complot'. Toda a gente sabe que quando um serviço é incomodo, como é o caso, as forças de bloqueio, têm a tendência de mandar areia para os olhos para ninguém ver. Um blogue como este que diz a verdade e não oculta nada, torna-se muito incómodo para aqueles que estão sempre a por-se em bicos de pés. O facto de eu ser assessor do Perufeçor também cria alguns anti-corpos de inveja e dor de cotovelo. As pessoas pensam que se chega a este estatuto do pé para a mão. E como não estão dispostas a esforçar-se para conseguirem as coisas ignoram o que tem mais valor.
Pois se há blócontumates é este. Aqui nós temos defendido as ideias mais utópicas, sempre de peito aberto (tirando a Umbelina porque seria indecente). Contra tudo e contra todos temos sempre como objectivo principal o bem comum de todos e principalmente dos mais necessitados. Ninguém como nós se tem afirmado como mais preocupado com os que têm muitas necessidades e sempre novas. Somos a vanguarda do interesse público e da igualdade para todos os oprimidos.
Mas o mundo é injusto. Mas isso não nos vai fazer parar. Não é por não sermos um blócontumates que vamos deixar de lutar pelos favores dos desfavorecidos. A vida é difícil e nós sabemos. Pela Utopia! Contra o caciquismo! A bem da nação!

Joaquim (assessor)
(original)

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Tuesday, May 08, 2007

A visita do Iuzébio

Nos tempos actuais, os grandes especialistas sabem que o sucesso só se consegue com muito trabalho ou com uma cuidadosa preparação do futuro. Pessoas como eu que têm muito trabalho a preparar cuidadosamente o futuro chamamos-nos extratégus. A minha função como assessor do Perufeçor começou por ser de mero assessor cultural, mas ele que é uma pessoa inteligente percebeu que eu estava subaproveitado e na prática depositou em mim a definição da extratéjia global da perzidênsia.
A extratéjia é uma ciência extremamente exigente. Temos que antecipar o futuro e perceber como é que as coisas vão mudar. É preciso ter uma ginástica mental superior e estar atento e informado dos mínimos pormenores da realidade.
Uma das coisas que mais importam para o futuro é a imagem. Um homem público tem que cuidar da sua imagem numa perspectiva extratéjica. Muita gente se perguntou porque é que ninguém viu o Perufeçor a comer bolo-rei no passado Natal. Pois foi uma extratéjia minha. Não fazia sentido um republicano a comer bolo-rei. Nem fica bem. Mas isto são aqueles pormenores extratéjicos que se podem revelar. O facto é que graças às minhas intervenções a imagem do Perufeçor tem melhorado significativamente. Se queres ir ao mar tens que te preparar em terra.
Outro exemplo da minha extratéjia foi a visita do Iuzébio. Eu pensei assim: então se um hospital que ninguém tinha dado conta que existia ficou conhecido no mundo inteiro por causa do Iuzébio, porque não usarmos nós também esta sinergia para cabar de vez com a ignorância de alguns ignorantes que ainda estão convencidos que o perzidente ainda é o S. Paiu (já para não falar dos que ainda acham que é o Mário). Foi aí que eu propus que o Iuzébio viesse cá ao palácio agradecer o apoio que a gente imensamente deu. Como vêem com um simples acto público conseguimos que já se saiba em todo o mundo quem é que manda aqui. E dar apoio ao Iuzébio fica bem. A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)

(original)

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Sunday, April 22, 2007

A Pulujia de Sócartes

À medida que as solicitações da minha assessoria aumentam, as minhas meditações são munto afectadas. Inúmeras pessoas se me têm dirigido para que eu retome a periodicidade saudável das minhas crónicas. Dou como mero exemplo o não compreendo as mulheres que além disso sente a falta dos meus pensamentos. Claro que no meio de todas estas pessoas que precisam de mim, há algumas que o fazem por graxa por saberem que eu sou um assessor altamente colocado e estão na expectativa de mais tarde ou mais cedo meterem uma cunha. Mas esses eu topo-os. Eu sou um assessor incorruptível, daqueles que cumprem a lei mesmo nas piores das dificuldades. As dificuldades de tempo, por exemplo, têm a ver com as actividades de assessoria, com os preparativos para o casamento (aproveito para anunciar que me vou casar com a Dra Umbelina em data a anunciar), e estou a preparar um livro que vai ser muito importante para nossa democracia e que tem o nome provisório de "A Pulujia de Sócartes". Nesse livro revolucionário, vou divulgar pela primeira vez, a novíssima ciência da Pulujia e aplicá-la também pela primeira vez a um caso prático em que a Pulujia foi aplicada com grande eficácia. O nome desta ciência teve a sua origem na homenagem ao Perufeçor pois durante as minhas investigações descobri que o Perufeçor quando quis saltar da chatice de primeiro ministro para assessor do Branco de Pertugal deu um passeio estratégico pelo Pulo do Lobo.

Aproveito para contradizer os boatos que andam a circular que dizem que o meu Curso de Icónumia foi tirado na Endependente. É tudo muito falso e nada é verdade. Nunca estudei na Endependente. Só ia lá às festas de caloiras e às praxes. O meu curso não foi tirado mas comprado pelo meu pai que é também bastante Doutor e que só não se pagou sempre as propinas porque eu tinha isenção por causa do IRS baixo. Por fim o meu curso de Icónumia é uma Licenciatura de nove anos do tipo três-em-um que já inclui o Mestrado e o Doutoramento. A bem da nação.

Joaquim Zito, assessor do Perufessor

(v. original)

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Monday, February 12, 2007

Refelecção

Confesso que fiquei um bocado desmoralizado com a vitória do sim. È a primeira vez que me empenho numa eleição e não venço. O meu pragmatismo leva-me a pensar que avaliei mal a situação. Mas o facto é que nos meus cálculos não havia tanta abstenção.

Mas com tudo temos que tirar ilações e para mim fica-me de aprendizagem que não posso deixar as decisões nas mãos incapazes dos outros. Para tudo é necessário preparação e tenho que reconhecer que muita gente não votou porque veio aqui ao meu 'blogue' e não encontrou o meu apoio e a minha exemplar argumentação.

Para dizer a verdade subestimei a evidência de que a razão estava no não e não me passou pela cabeça que as pessoas de bem fossem ficar em casa em vez de irem cumprir o seu dever cívico.

Já várias pessoas vieram à televisão dizer que eram os responsáveis pela derrota do não. E que mais isto e mais aquilo e que até eram os verdadeiros pais do referendo e da pergunta e até mesmo do aborto. Pois a verdade é que o verdadeiro responsável de o não não ter ganho fui eu. Aqui expresso a minha culpa e minha tão grande culpa. Fui eu que não me participei com todos os meus trunfos e a minha argumentação que garantidamente teriam levado muito mais gente às urnas.

Para me castigar por esta falta de cidadania já me impus uma penitência de durante um mês não ir aos pastéis de Blãe e passar a empenhar-me mais em dar-vos a vós, meus irmãos, a harmoniosa exemplaridade dos meus conselhos que tanta falta vos têm feito. A bem da nação.

Joaquim (assessor)

(órjinal)

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Monday, December 11, 2006

A TLEBS

Têm chegado à minha mesa muitas cartas de amigos que não gostam de comentar aqui no blogue por razões de modéstia. Eu até acho que fazem bem porque hoje não é muito bom expor as nossas opiniões sem estar bem informado. Ora muitas das cartas dos meus seguidores espirituais têm uma preocupação que eu penso que é uma das mais latentes para os portugueses mesmo logo logo a seguir ao livro da Carolina ex-fêmea do PC. Trata-se como já adivinharam da polémica da TLEBS. As pessoas que gostam de estar bem esclarecidas perguntam-me o que é que eu penso desta problemática que está-se mesmo a ver vai acabar de vez com os pouquíssimos neurónios que as nossas crianças ainda tinham. Pois eu, como qualquer intelectual que se prese estou completamente contra. Como sabem eu sou um intransigente defensor da língua. Podem me cortar tudo, tirar-me o país e os filhos mas a língua não. A TLEBS é um atentado contra a língua. E também um atentado contra as nossas criancinhas que já andam muito cansadas só com o que têm de aprender nas aulas de substituição e coisas do género. Eu bem me lembro da dificuldade que era para mim ter que aturar aquelas tretas das orações que a gente dividia e nunca mais acabava de multiplicar. Mal por mal eu preferia as orações da moral que ao menos eram sempre iguais. A minha preferida era a Salvé Rainha porque o meu pai era monárquico e eu ainda tenho sangue azul da parte dele. Estou em lugar quatrocentos e quarenta e três na ordem da sucessão. Se houvesse uma guerra nuclear ainda tinha algumas hipóteses. Como não vejo jeito disso preferi ser republicano. Mas a TLEBS não agrada a ninguém. As pessoas que já escrevem mal, com aquilo ainda vão escrever pior. Além do mais a TLEBS é uma ameaça ao desenvolvimento do povo português porque corresponde a uma feminização da sociedade uma vez que os rapazes vão ser os mais prejudicados com a TLEBS como já tinham sido com as outras mudanças em que as raparigas se sentem mais à vontade. Se repararem os defensores da TLEBS são quase todos mulheres embora até nem pareçam. É notório que há uma campanha do poder feminino para se tornar o ensino mais desagradável ao homens que abandonam os estudos muito cedo deixando as universidades só para as mulheres e para os epicenos. A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)

(verção orjinal)

Sunday, November 26, 2006

Inculzão sussial

Este fim-de-semana aproveitei para descansar. O Perufeçor andou a passear e queria que eu também fosse com ele. Mas não pode ser sempre. Eu já Lhe tinha preparado as visitas que Ele tinha que fazer em Trázusmontes por causa da inclusão social. No contacto com as populações eu não me sinto muito bem. O Perufeçor é que tem muito jeito. Basta ver como Ele quando lá chegou e eles se queixaram que estava a chover disse "haviam de ver como estava a chover muito mais no litoral" e eles logo se riram muito da piada e se quebrou o gelo.

Como todos sabem eu sou uma pessoa muito preocupada com a inclusão social. Fui eu que convenci o Perufeçor a falar com os empresários de sucesso para eles se preocuparem com a inclusão social para que o nosso país possa ir para a frente. Estive para aí uma semana inteira a preparar um dossier sobre esta questão. A ideia é muito simples (tinha que se ser muito simples para os empresários de sucesso compreenderem à primeira) e passa pela aplicação dos métodos habituais: como não se pode formar uma comissão porque o governo não deixa, faz-se uma associação. Com uma associação de empresários de sucesso torna-se fácil começar a lutar pela inclusão social. Se não fosse falta de modéstia eu diria que é uma ideia genial.

Os empresários de sucesso têm muita gente que conhecem (já aqui escrevi sobre a sociedade do conhecimento) e com quem podem fazer inclusão social nesta associação. O Perufeçor ainda teve algumas dificuldades em convencer os empresários mas foi por causa de todos estarem a querer ser os primeiros a incluir dos seus na associação. Assim distribuíram-se já os lugares mais importantes para os empresários fundadores fazerem já a inclusão das pessoas que lhes são mais próximas. Como são tudo pessoas muito bem, pode dizer-se que há todas as possibilidades de vir a ser aquilo que se pode chamar uma inclusão social de sucesso. Como vêem foi mais uma vitória deste assessor que se vos recomenda. A bem da nação.

Joaquim (assessor)
(verção urijinal)

Monday, November 20, 2006

Ana Horética

Este fim-de-semana fiquei muito preocupado por saber que há modelos a morrer à fome. Até deu na televisão. São coisas que não podem acontecer. Como assessor cultural do Perufeçor fiquei a pensar que temos que fazer qualquer coisa. O modelo, neste caso a modelo, é uma pessoa exemplar como o próprio nome indica. Vai daí se uma gaja que é modelo morre por ter fome, mesmo que tenha o frigorífico cheio de comida, imaginem essa quantidade de marmanjos elegantes que há por esse mundo fora e que não têm mesmo nada para comer, começarem a morrer também assim sem mais nem menos. Estou muito preocupado. É que alguns deles e delas nem têm umas imagens de arquivo decentes para mostrar na televisão. Acho que tem que se fazer já uma campanha para as modelos tomarem qualquer coisa sem terem que estar a morrer. Dá muito mau ambiente e como sabemos temos que preservar o ambiente para o futuro. Se eu mandasse não deixava passarem na televisão essas noticias. As pessoas normais que estão cheias de fome ainda vão achar que está na moda morrer assim sem dizer água vai. E em vez de se aguentarem à bronca, não, pimba, morrem. Não pode ser. O Perufeçor por exemplo que as pessoas pensam que come que nem um pito, emborca à grande e à francesa e lá se vai aguentando nas canetas. Mas isso não lhe tira aquele ar de Ana Horética. E o excesso de perdigotos é porque se está sempre a salivar. Vou ver se o convenço a ir ao Trallon para engordar um bocadinho porque assim magrinho e olheirento cada vez há mais portugueses a identificarem-se com ele. A bem da nação.

Joaquim (assessor)

(verção Jakim)


Monday, November 13, 2006

Globalização e progresso

Passei a sexta-feira toda na Apanha Longa em Cintra com o Perufeçor e mais uns empresários de cá e estrangeiros e tudo. Estivemos a falar de globalização que é uma coisa que nós as pessoas mais informadas nos gostamos muito de falar. Eu até estava a pensar fazer uma pós-graduação em globalização mas depois desta reunião apercebi-me que o meu 'béque gráu' é muito elevado e até impressionei os empresários com o meu elevado conhecimento. Nós os portugueses fomos os pioneiros da globalização. Já o Infante dom Henrique só olhava para o horizonte a querer globalizar isto tudo. Era aquilo que se chama hoje um visionário. Já naquela altura ele sabia que tinhamos que encher as lojas com objectos do Oriente. E em vez de estar à espera que os árabes trouxessem as coisas a camelo, fomos nós lá de barco e trouxemos tudo sem os lambões dos intermediários. Esta ideia de globalização acompanhou-nos a história toda. Tem sido sempre assim. Temos conseguido com sucesso ir buscar coisas que nos fazem falta e outras, a todos os lugares do mundo. Graças a essa globalização permanente nunca tivemos aqui que nos chatear muito a trabalhar, porque havia sempre quem nos desse umas coisitas de boa vontade já que nós éramos sempre muito boas peçoas e muito bem vindos a casa dos que íamos visitar. Esta reunião da globalização é uma ideia muito inteligente, que eu e o Perufeçor tivemos para ver se agora que a Europa se está a fazer esquisita de mandar para cá mais coisas que nós precisamos e queremos e que no fundo são nossas, se há alguém que queira investir-se aqui no nosso jardim há beira-mar plantado. A bem da nação.

Joaquim (assessor)
(tradução)

Friday, October 20, 2006

A lebrizassão do abrôto - Hoje um artigo de fundo

Eu até que sou de esquerda mas tenho muitas razões para estar contra os abrôtos.

Preâmbulo

Uma coisa que sempre me comoveu foi olhar para a minha mãezinha e pensar que ela me tinha aguentado nove meses na barriga e resistiu a abrutar. Sinceramente acho isso heróico. E vocês que estão aí a ler isto com carinha de sonsos, aconteceu-vos a mesma coisa que a mim. Como vêem temos isso em comum. Se quisermos e para iniciar aqui uma tiuria da abrutação havemos de reconhecer que somos todos sobreviventes de abrôtos potenciais.

1. Razões económicas

O mérdicos já ganham o que querem e nem têm mãos a medir para tratar do pessoal que por aí anda com encha quécas e de pressões e di pulares e outras ainda mais in e por isso não é justo que ainda se fiquem com mais este trabalhinho de 'pártái-me'. Até porque todos sabem que ábrutájem há muitos anos que está na mão dos privados e para todos os efeitos isto seria uma nacionalização desses serviços que evidentemente iria criar uma terrível onda de desemprego no sector da parteirulujia. Há quem diga que metade do cãopurmisso Prutugal fez fortuna neste sector e nos químicos de distribuição privada e noutros sectores de ponta que são a nossa mais valiosa mais- valia. É portanto um grave perigo económico que essas empresas especializadas se fechem pois toda a economia se ia ressentir desde a venda de carros de luxo, aos telemóveis, aos plasmas, para não falar nos caríssimos condomínios fechados de luxo que se iriam ficar às moscas.

2. Razões científicas

A longa experiência dos técnicos das empresas privadas do sector e os centros de investigação têm um 'nou áu' que os hospitais iriam levar muito tempo a conseguir. Para quem não sabe, é em Prutugal que se faz a mais avançada prospecção abrutiva em que se seleccionam com rigoroso cuidado as abrutassões na benemérdita intensão de melhorar a raça. Estas técnicas que já vinham do Estado Novo (antigo) visavam evitar que nascessem pessoas pouco inteligentes. Uma técnica especializada topa isso só de olhar para a mãe, e então pimba. É por isso, por este trabalho que é feito longe dos holofotes da fama, por gente dedicada e desinteressada, que nos podemos orgulhar (orgulhosamente) da nossa raça de navegadores e heróis rigorosamente controlada pela tecnologia genética. Há, portanto, que impedir a destruição de um bem cultural e científico que nos distingue de povos atrasados que nunca deram nada de novo ao mundo.

3. Razões sociais

No essencial a questão duzabrôtos coloca um problema social a nível da paridade. Tanto que se fala da paridade para aqui e da paridade para ali e depois não se percebe que a lebrização duabrôto é um dos maiores inimigos da paridade. Mesmo hoje que ainda não se lebrizou o abrôto, é muito mais comum ver desmanchadoras que desmanchadores. Se se lebrizasse a coisa ainda se ia ficar pior. Comecemos então por entender que para haver paridade é preciso parir e depois havemos de ver que a lebrização do abrôto vai gerar muito mais abrôtos do que o país está preparado para sustentar. A outra razão social da empresa é a eliminação dos Einsteins. Deixado o abrôto ás mãos dos não profissionais corre-se o risco de serem eliminados génios potenciais que muita falta iriam fazer à nação. Estou a pensar numa série de nomes sonantes que se tivessem sido abrutados não estariam hoje aqui a levar a nação há sua mais alta glória.

4. Razões individuais

Pensando concretamente em mim, não estou a imaginar o que seria este país hoje se eu tivesse sido abrutado. Como é fácil de se ver quem me tomar como exemplo fica imediatamente do lado do não. É por isso que eu estou a formar um grupo de não abrutados para fazer campanha contra o sim. Hoje somos poucos mas amanhã seremos milhões. A nossa campanha vai-se ter como lema principal "O Jakim tá contró sim!" e vamos ter várias palavras de ordem durante as manifestações. O nosso objectivo prioritário é abrutar a indecisão daqueles que ainda não se decidirão. Vamos descer ao país real e até devemos ir às feiras e às praças para que todos fiquem a conhecer as nossas razões.

Uzabrôtos a quem os trabalha! A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)
(Texto abortado)

Tuesday, October 17, 2006

Subsídio cultural

O elevado nível de vocábulos deste 'blogue' tem sido um verdadeiro sucesso na resolução de algumas dúvidas que a maior parte das pessoas não consegue encontrar facilmente. Ainda hoje por exemplo vieram aqui à procura de “murangus com assucar”. Onde mais se puderiam encontrar? E “auto extima”? Onde mais existe auto extima a não ser neste 'blogue'? E “mençagens”, e “tradussoes”, e “fotugrafias” e “teistos da madeira”? E onde é que alguém esclarece temas como “carros baichos”, “freses e pençamentos”, “esculher nome para bebe” e “que rassa são as pessoas de Macau”? Talvez não saibam mas tenho sido muito solicitado para dar conselhos a pessoas importantes que já se aperceberam que, modéstia à parte, a mente brilhante que está por trás da estratégia do Perufeçor é a minha que vós, caros leitores já há muito se tinham dado conta. Por essa razão e por outras que agora não vêm ao acaso, acho que é tempo de se começar a compensar o meu esforço de vos manter “up to date” sobre a realidade nacional. Como é muito difícil cobrar a quem vem aqui ler, tive a ideia de intimar o governo de que ou me dá um subsidio para eu manter esta folha cultural ou eu acabo com isto e o povo, que já está farto que lhe retirem privilégios, vem para rua protestar ainda mais. Eu sei que isto pode parecer um bocado drástico mas com estes 'gajos' tem que ser assim. Eu até que sou de esquerda e por isso mesmo acho que quem trabalha deve ser recompensado. Um destes dias venho cá para vos dar a minha opinião sobre o borto que é para já irem fazendo os vossos prognósticos de como é que vão votar no referendo. A bem da nação.

Joaquim (assessor do Perufeçor)

(original)

Sunday, September 24, 2006

Olé!

Amanhã vou para Espanha com o Perufeçor. Não é que me estivesse a apetecer, mas quando temos uma missão temos que a cumprir até ao fim. E pode ser que nem seja mau de todo. Vamos ficar muito bem instalados e vou ver se aproveito para descansar um bocado das trabalheiras que tenho tido nos últimos tempos. Hoje bem queria mas nem consegui ir correr a meia-maratona. Estava cansado demais. Claro que eu pelo meu país faço tudo mas também era só meia, ainda se fosse inteira, vá lá.

Estivemos a ver o que ardeu no Gerês. Aquilo está mesmo uma lástima. Mas felizmente já estava tudo apagado. Por outro lado foi uma seca porque estava a chover e encharquei o meu fato de ir ver áreas ardidas. Eu acho que estas coisas do protocolo se deviam interromper quando começasse a chover.

Para terminar por hoje, e se calhar por esta semana toda se o gajos nuestros hermanos não tiverem internet lá no palácio, quero esclarecer os meus caros amigos que de facto tive uma acção decisiva na escolha do novo porcurador jeral. Só assim, graças à minha intervenção, é que se conseguiu a unanimidade de quase todos estarem da acordo. Isto era para ser segredo mas como tem a ver com a justiça para a semana já estava com os corninhos ao sol e por isso é melhor dizer já. A bem da nação.

Joaquim (assessor)
(tradução)

Saturday, September 23, 2006

Dipaque Xopra

Só hoje é que consegui acabar de ler os jornais do fim-de-semana passado. Como sabem o Professor não lê jornais. É um velho hábito. E então sou eu que os leio e lhe levo as notícias mais relevantes. Para isso tenho que passar minuciosamente a pente fino as péssimas notícias que vão saindo. Com esta trabalheira toda não sobra tempo para blogar.
Quando comecei este blogue tinha a intenção de falar das minhas vivências e nas das minha família e dos meus animais de estimação. Depois quando me fiz assessor pensei logo que poderia ser o cronista da república e trazer para aqui os pormenores do dia-a-dia de um assessor de cultura. Mas o facto da minha 'performance' ser muito elevada levou a que o Professor tivesse aumentado a confiança em mim e colocado nas minhas mãos os 'dossiers' mais importantes. E como estão a ver sou muito solicitado e tenho que me duplicar para que o país vá para a frente.
Eu até que queria que o sol tivesse sucesso, confesso. Mas tramei-me. É que os outros jornais arranjaram todos de repente mais e mais notícias e então na segunda-feira quando cheguei à minha marquise oval para trabalhar tinha três toneladas de papel para passar os olhos. E o sol nem vê-lo que entretanto tinha ficado nublado e as pilhas de jornais nem deixavam a luz entrar. Não é fácil. Para mais há jornais e revistas que trazem livros e filmes e eu tenho que ver se aqui têm algum interesse.
Hoje por exemplo tenho aí para ler "os sete princípios da realização pessoal" do Dipaque Xopra. É um patusco este Xopra. Ao ler estas coisas é que eu penso que me estou a perder por não publicar os meus pensamentos, as minhas reflecções e as minhas meditações. Mas lá chegaremos. A bem da nação.

Joaquim (assessor)

(inversão)

Monday, September 18, 2006

Conversa da treta

O convite da MRF para eu falar de seis assuntos da minha vida pessoal ao acaso deixou-me muito sensibilizado. E apesar de eu não ter tempo para conversas da treta estive a pensar que muitas pessoas que aqui vêm e que não lêem os jornais nem as revistas do 'jet-set', ignoram e estão desejosas de saber coisas mais pessoais a meu respeito. E então decidi desta vez juntar o útil ao agradável e dar-vos algumas notas ao acaso para que todos possamos ficar satisfeitos.

Um. O meu grande sonho desde pequenino é ser astro-terapeuta. De facto eu nem sabia. Só há dias, por acaso é que eu soube que existia esta profissão e vi que era isso mesmo que eu tinha sonhado em pequenino. É aquilo que eu chamo coincidências. Hoje, por exemplo, teria muito trabalho para fazer para tratar dos afrontamentos que a Terra está a ter e que chamam aquecimento global. Mas ainda mais importante teria sido ter tratado do pobre do Plutão. Com uma dietazita para engordar talvez nem o tivessem despromovido de divisão.

Dois. O meu outro grande sonho era ser assessor. Já uma vez referi como esse sonho se tornou realidade. Mas gosto sempre de recordar este feliz evento que transformou a minha vida e reconheceu as minhas grandes qualidades que tenho graças a Deus.

Três. Só para terminar os sonhos, embora eu tenha ainda mais, quero referir o desejo, quem sabe uma televisão não aproveita a deixa, de um dias ter um programa de explicar língua portuguesa do género que tinha a doutora Edite Estrela. Mesmo que nunca venha a ter o programa de televisão já estou a preparar um livro que se vai chamar "Intão hé açim: o Purtuguez tal e cual se fá-la" para melhorar a literacia dos meus concidadãos.

Quatro. Eu já não me lembro do meu primeiro dia de aulas. Mas lembro-me de muitos outros. Os professores que tive foram todos muito bons apesar de ter algumas discussões por causa da minha maneira original de escrever. Havia lá alguns professores que não estavam de acordo mas os mais pedagógicos achavam que eu tinha talento e havia de chegar longe. E o meu destino foi aquilo que se viu.

Cinco. Há um segredo, que eu nem me importo de revelar, que segundo as mais recentes pesquisas está na origem do meu génio: eu ouço um bocadinho mal. Quer dizer, segundo os aparelhómetros lá dos médicos os meus áudio-gramas estão um nadinha reduzidos. Dizem que para eles isso explica muita coisa. Não percebo o que é que querem dizer com isso mas que tem a ver com a minha genialidade não tenho dúvidas.

Seis. Sou uma pessoa muito generosa e genuína. Gosto de ajudar o próximo que vier a seguir e estou sempre disponível para os meus amigos que me ajudam nas difíceis etapas da vida. A minha preocupação é, há muitos anos, com os mais-necessitados que são pessoas que têm mais necessidades que as outras e por isso devem ser mais acarinhadas. Às vezes até fico comovido.

Como é próprio destas coisas vou agora convidar seis pessoas para fazerem também assim uma coisa destas: o Sr. Prufeçor, a Umbelina, o Pilata Amalelo, o Lino Centelha, o Vidigal Inácio e o Torcato Matos. A bem da nação.

Joaquim (assessor)

(converça da têta)

Thursday, September 14, 2006

Criacionismo e evolucionismo

Nem sempre as coisas correm como a gente deseja. E por isso eu não tenho tido oportunidade para postar. Os afazeres de assessor são muito absorventes e a estratégia de salvação da Pátria que eu criei para o Professor produzir o bloco central, levou-me um tempão do 'caraças'. Vou por isso tentar passar a ter postes mais pequenos para poder estar mais frequentemente com os meus saudosos leitores. Mas hoje ainda vou ter que me alongar porque há um assunto muita mal explicado que anda a baralhar a cabeça de alguns portugueses menos habituados a usá-la. O Darwin era um gajo inglês de ascendência duvidosa e que teve toda a vida uma certa tendência para espiar os animais. Não admira que ao apanhar-se com dinheiro no bolso - sabe-se lá como o arranjou - apanhou um avião da Air Luxor que estava em vias de extinssão e voou para a América do Sul. É claro que lá as coisas não são como aqui. Não estão a imaginar aqui no nosso evoluído país uma Lula como presidente, pois não? Ora aí está. Ele começou a ver umas coisas meio estranhas e a pensar que tal e mais não sei quê que havia homens que descendiam dos macacos. Bom, aí até concordo com ele, mas isso não quer dizer que todos os homens descendam dos macacos. Conheço bastantes que não. Daí que não se pode generalizar as coisas. Mas o pior que tudo é que ele não leu a Bíblia porque senão via que estava lá tudinho escrito. E temos que concordar que quem escreveu a Bíblia, foi há tantos e tantos anos que ainda se lembrava perfeitamente como é que as coisas se tinham passado. Não dá por isso para perceber como é que há pessoas que dão mais importância ao que disse o Darwin que está aí há pouco tempo e, é preciso dizê-lo, não viu nada, em vez de tomarem atenção ao que escreveram os nossos mais antigos antepassados que até estavam presentes quando estas coisas se passaram e são por isso testemunhas presenciais da criação. Eu nem gosto de polémicas mas em coisas destas em que a verdade verdadinha é mais do que evidente dá-me um certo gosto argumentar e mostrar por A mais B porque é que as coisas são como são. O evolucionismo não tem nenhuma base científica. É pura especulação de quem não tem mais o que fazer. Eu sempre fui criacionista e tenho-me dado muito bem. Um criacionista é alguém que acredita que a criação se fez toda duma vez e numa semana. Eu também sou assim. Quando o Professor me pede que eu crie alguma coisa, como a estratégia de salvação da Pátria, eu só descanso quando ela já está pronta. A bem da justiça!

Joaquim (assessor)

(Queriassiunismo e ivelussiunismo)

Friday, August 25, 2006

Para o Líbano e em força!

A maioria das pessoas anda convencida que eu tenho estado da gozar umas brutas férias. Mas não é verdade. Tenho estado a trabalhar no duro por causa da guerra do Líbano, por causa de assessorar o Professor na decisão de enviar tropas nossas para lá. Isto são sempre assuntos muito complicados que a maioria das pessoas não percebe. E por isso é necessário recorrer a especialistas que como eu estudam os dossiers com profundidade. Só para terem uma ideia da dificuldade, que ainda por cima tem que recorrer ao choque tecnológico, fiz uma folha de cálculo (spread sheet) para avaliar da quantidade de gajos e gajas que podíamos mandar para lá para resolver aquilo duma vez por todas. A minha primeira sugestão de enviar doze milhões de soldados foi declinada pelo assessor militar que disse que não tínhamos assim tantos efectivos. O assessor para o desemprego até que estava do meu lado mas se não há pessoas que cheguem claro que não é solução. No cálculo seguinte já sugeri que enviássemos cinco milhões de soldados e meia dúzia de aviões de apagar fogos que no Inverno não fazem falta nenhuma. O assessor de imprensa disse que não podia ser porque já estavam reservados para levar as famílias dos bombeiros de férias para a Polinésia. Um gajo faz umas contas complicadas como tudo e vem-se um tosco qualquer que nem pensou no assunto e está a andar. Apurei ainda mais o sistema e cheguei a dois milhões de soldados incluindo todos os funcionários púbicos (o que dá sempre o apoio popular) e os eficientes gestores das nossas empresas públicas e privadas. O assessor para a economia ficou entusiasmado e os outros assessores aprovaram mas o governo não aceitou. Bom, nem imaginam a trabalheira que deu fazer mais de cinquenta propostas e serem todas inaceitáveis para o governo até que cheguei à proposta de cento e cinquenta gajos e alguns tarecos velhos que temos para aí e nem temos a certeza que funcionam. Pá, eu fiquei desiludido, porque um gajo esforça-se e no fim só aceitam as soluções que se está a ver que não vão resultar. Afinal querem resolver aquilo ou não querem? Pois a mim parece-me que não querem.

Joaquim (assessor)

(verção pezada)

Sunday, July 09, 2006

O problema das meias

Na minha qualidade de assessor acho que devo nesta altura acalentar os Portugueses que se deixaram ira abaixo nas meias-finais por evidente falta de auto-estima e amor-próprio. Tal como eu comentei já diversas vezes a sucessiva sucessão de vitórias da selecção estava a criar uma situação insustentável. Hoje, eu e o Professor fomos mesmo a Estugarda para dar à selecção umas dicas sobre o interesse nacional. Às vezes é preciso perceber que nem sempre o que parece é. A geopolítica internacional tem razões que a razão desconhece. Senão vejamos. Ganharmos a Angola pode não parecer mas tem importância estratégica uma vez que os angolanos vêm cá passar férias por acharem que a gente joga bem futebol. Se nós tivéssemos perdido com eles baixava a auto-estima que eles sentem pela gente e deixavam de vir cá passar férias. Com o Irão, então, nem se fala da necessidade de colaborar em colocar esse país na ordem. Se repararem depois da nossa vitória eles até ficaram com menos vontade de fazer bombas atómicas. Como se costuma dizer o respeitinho é muito bonito. A vitória sobre o México era daquelas que nem adiantava nem atrasava. Mesmo assim foi bom ganharmos porque isso pode reduzir a percentagem de portugueses que vão lá passar férias e perturbar a balança de pagamentos. Já com a Holanda termos ganho pode não ter sido uma grande opção. Eles estão a desmarcar as férias que vinham ter cá no Algarve e a recusar a cocaína, o haxixe e outras merdas que se desembarcam cá nas nossas praias. Ora isso é muito prejudicial para a nossa economia. A questão das férias é ainda mais grave no caso da Inglaterra. Se eles não vêm cá vamos ficar com os hotéis às moscas. Foi portanto uma opção patriótica, a selecção ter deixado a França ganhar pra que eles não ficassem também chateados connosco. Mas o mais grave teria sido mesmo ganharmos à Alemanha. Aí tínhamos mesmo o caldo entornado. Foi por isso que o Professor abandonou durante umas horas os seus importantes afazeres e foi comigo até à Alemanha falar com a selecção. Há portanto que aqui dar o devido reconhecimento à defesa que a selecção fez dos interesses nacionais, deixando a sua natural propensão para ganhar e sacrificando-se mesmo contra a benigna ajuda da Nossa Senhora de Caravagio. E concomitantemente esclarecer os portugueses que não se podem deixar ir abaixo por a selecção ter enveredado por uma posição que só nos orgulha. Daqui a quatro anos, se a economia estiver melhor já poderemos deixar a selecção ganhar a quem quiser. Bem hajam!


Joaquim (assessor)

(meias rotas aqui)

Wednesday, June 28, 2006

Quartos de final

Meus caros amigos tenho que reconhecer que me deixei empolgar pela bola. Onde quer que vá já percebi que o melhor tema para nos darem atenção é falar de futebol. A isto chamo eu democracia. Todas as pessoas participam e estão informadas e até dão opinião mostrando uma literacia futebolística que faz inveja à maioria dos Europeus. Vou propor ao Professor que se faça um referendo ao Scolari no caso de haver dúvidas sobre se ele deve ou não continuar a ser seleccionador nacional da selecção. Isto é um caso de patriotismo que deve ser acompanhado pelas mais altas instâncias. No caso de haver dúvidas até se pode nacionalizar o Scolari. No caso de ele ganhar o mundial até proponho que seja entronizado rei de Portugal com o nome de Pedro sexto porque também veio do Brasil salvar a pátria do liberalismo selvagem.

Mas voltando ao futebol tenho que mostrar a minha admiração pelos Alemães que resolveram guardar como relíquia a porta chutada pelo Zidane. Assim em vez de fazerem o jogador pagar uma porta nova vão tornar aquele balneário um lugar de peregrinação e tornar a porta muito rentável. Eu penso que Portugal deveria imitar estas decisões inteligentes. A perna do Ronaldo com as nódoas negras dos pitões Holandeses poderia servir para fazer uma exposição itinerante e juntar dinheiro para fazer mais dez estádios. Se fosse um holandês a levar uma patada o Ronaldo eles haveriam de emoldurar a perna do gajo para melhorar a balança de pagamentos. Haviam de fazer pirraça aos Alemães: vocês têm uma porta chutada pelo velho Zidane e nós temos um presunto pisado pelo Ronaldo.

Há muitas coisas que nós ainda temos que aprender para competir em pé de igualdade com os outros países Europeus. Hoje queria deixar aqui já uma meditação para os próximos dias como preparação para o jogo com a Inglaterra para o caso de a gente já não se ver antes: que por razões de justiça divina ganhe o país com PIB mais pequeno.

Joaquim (aceçor)

(cuartos dafinal)

Tuesday, June 20, 2006

Desígnio nacional

Já me estou a fartar das pessoas que andam a falar contra a mobilização geral à volta da selecção. Dizem que agora só se fala em futebol e que ninguém fala de mais nada. Mas então queriam que se falasse de quê? Se não se falar de futebol agora vai ser quando? Nas férias? É pá as coisas têm que ter peso e medida. Se agora é altura de campeonato é agora que se fala e não quando acabar. Eu só não pus uma bandeira na janela da minha marquise oval porque aqui em Blãe já é costume haver bandeiras todos os dias.

Hoje eu queria realçar a importância que tem para o país a hipótese de sermos campeões mundiais de futebol. Muita gente estava a pensar que com investimento se conseguia pôr os miúdos a gostar de matemática. Estava tudo já a imaginar o ministério da educação a gastar rios de dinheiro para fazer os 'putos' perceberem alguma coisa de números. Ora, o sucesso da selecção virá mostrar que cada povo tem que seguir a sua vocação. Assim como eu tenho vocação para assessor e o Professor tem vocação para presidente, também os miúdos portugueses têm especial vocação para futebolistas.

O mal da nação está em os governos quererem sistematicamente imitar os estrangeiros. Lá porque os miúdos de Singapura são bons a matemática logo que nascem, isso não quer dizer que agora os miúdos portugueses têm que o ser também em vez de seguirem as suas vocações específicas.

É o mesmo que lá porque há universidades japonesas em que aparecem gajos com os olhos em bico a querer aprender literatura portuguesa não é por isso que agora nós cá temos que obrigar os miúdos a apanharem esgotamentos a ler os Lusíadas e outras coisas ainda piores como os Maias que está provado só servem para produzir intelectuais de esquerda. Eu até que sou de esquerda mas como sou democrata acho que temos que respeitar as opiniões de todos em vez de obrigar as pobres criancinhas a ficar traumatizadas com conhecimentos que nem lhes passam pela cabeça. Além disso os nossos miúdos são muito inteligentes e desde cedo percebem que não há estudo que valha o que se ganha como jogador de futebol. Que fiquem nas profissões de baixo rendimento os tristes dos povos subdesenvolvidos que não têm cabeça para mais.

É portanto com muita alegria que estou na expectativa de sermos campeões do mundo. Se esta nossa vocação for bem gerida poderemos passar a ser reconhecidos mundialmente como uma potência. A Finlândia que se fique lá com os seus telemóveis que nós temos o 'know how' de como bem futebolar em toda a terra. Já estou a imaginar as academias portuguesas - e aí tenho que tirar o chapéu ao sporting pela visão que teve ao criar a academia de Alcochete - a produzirem fantásticas e arrebatadoras jogadas de laboratório para vender aos estrangeiros eternamente atrasados nestas questões. É portanto um dever patriótico apoiar a selecção. Hoje somos vinte três, amanhã seremos milhões.

Joaquim (assessor)

(Dezignio nassional aqui)

Monday, June 12, 2006

Estratégia

Os meus caros amigos, medalhados e não medalhados, devem ter-se apercebido da minha ausência que se passou em mais de um mês. Tinha dito à Umbelina para manter a chafarica a funcionar mas ela tem estado com um bocado de ciúmes por causa da estagiária Cátia e não postou como tínhamos combinado. Eu já lhe disse que estive fechado quase um mês com a Cátia na minha marquise oval em Blãe a preparar o discurso do Professor para o dia da raça. Ela gritou comigo que era mentira porque eu não teria escrito uma merda daquelas. Tive que lhe explicar que depois do meu imenso trabalho com a Cátia, a Professora teve que meter o bedelho e censurou as partes mais brilhantes do texto. Mesmo assim o que deu mais trabalho foi escolher os gajos para serem condecorados. Parece fácil mas havia quase dez milhões de candidatos. Não sei se sabem mas é muito raro o Português que não se acha um génio medalhável. Eu e a Cátia ficámos 'stressados' quando vimos as resmas de processos que havia para estudar. Então para simplificar arranjei uma estratégia de escolher as pessoas certas sem ambiguidades. Primeiro eliminámos os não brancos. Depois eliminámos os de sexo indefinido. A seguir eliminámos os esquerdistas, os 'new ages', os demasiado altos, os demasiado baixos, os ciganos, os muito velhos, os muito novos, os funcionários públicos, os drogados, os mais gordos e os mais magros e os empresários que ficaram envergonhados com o discurso do Jack Welch. Como ainda havia muitos e não tinha medalhas para todos, eliminámos os que morassem a mais de vinte quilómetros do Porto. Dos que sobraram eliminámos os que tinham passe social e algum sinal exterior de pedofilia. Chegámos assim à lista que teve muito poucas alterações da Professora. Hoje queria deixar-vos esta meditação exemplar de quando temos tarefas difíceis para realizar devemos usar uma estratégia adequada eliminando primeiro as coisas que são menos importantes e depois as outras. Além da meditação também quero deixar-vos a recomendação de porem a bandeira da selecção no estendal da janela. Não se esqueçam que esse pode ser um critério de selecção para os medalhados do próximo ano.

Joaquim (assessor)


(Extratéjia original)

Monday, May 08, 2006

Solidariedade

Costuma dizer-se - embora nos dias de hoje possa ter más interpretações - que por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher. É o que se passa comigo. Não fora a Umbelina e talvez eu não tivesse chegado tão cedo a assessor do mais alto magistrado da nação. É a Umbelina que graças à sua formação em sociologia me tem dado o apoio necessário para de uma maneira científica elaborar as minhas estratégias de concertação sócio-políticas. Além disso passa-me as camizas impecavelmente. Graças a estar desempregada - há males que vêm por bem - na expectativa de um dia ser ministra da cultura ou de outra coisa qualquer, tem-se dedicado a estudos exaustivos sobre sabedoria milenar e vai, com o meu alto patrocínio, passar a publicar aqui no 'blogue', uma série de artigos que vão dar oportunidade a milhares de pessoas de melhorar o seu potencial. Quero dizer-vos que aquilo de que ela vai falar tem sido estruturante da minha maneira de pensar e viver e por isso estão a ver a sua grande importância. Hoje as coisas aqui por Blãe estão muito toldadas. O fantasma do Almirante anda por aí a fazer discursos e parte a paciência aos assessores. Os funcionários da casa que já estão habituados dizem que isto acontessse sempre que o Belenenses desce de divisão. Como somos quase todos do Bãefica estamos solidários.

Jakim (assessor)

(Chulidaridade aqui)

Wednesday, May 03, 2006

Blackout

Depois destas semanas intensas em que a minha assessoria ao Purfeçor me ocupou quase vinte e quatro horas por dia espero ter agora mais tempo para manter os meus fãs a par das minhas importantes actividades e devidamente fornecidos de sabedoria e ensinamentos úteis. Estas semanas, tomando emprestada a boa prática das equipas de futebol, estivemos em 'blackout' enquanto preparávamos as acções de fundo que vão transformar o país. Muitos dos mais atentos dos meus seguidores aperceberam-se de como a minha modesta contribuição já está a influenciar significativamente o discurso do Purfeçor o que, como devem calcular, me enche de orgulho. Faltam apenas alguns pormenores de linguagem. De qualquer maneira quero chamar a atenção para o facto de o novo tipo de português que os orgãos de informação andam agora a promover - o famoso mais carenciado ou simplesmente carenciado - já por mim tinha sido devidamente identificado como mais necessitado ou simplesmente necessitado. A inveja é uma coisa muito feia e o plágio é a marca rancorosa da inveja. Desta vez como pessoa magnânima que sou não vou fazer valer os meus direitos em tribunal, mas começo a ficar preocupado com esta falta de ética. Estar preocupado com os mais carenciados é o mesmo que estar preocupado com os mais necessitados. O Purfeçor acha que devemos estar preocupados com os desfavorecidos porque ainda não percebeu a lógica da coisa. A doutora que trata do banco alimentar já disse, e muito bem, que quanto mais diferença houver entre os desfavorecidos - coitados - e os muito necessitados, melhor. A focalização do discurso do Purfeçor na questão dos mais necessitados é uma rotura no paradigma de o mais alto magistrado da nação se centrar em inúteis discursos sobre a assiduidade dos deputados - que eu já aqui desmontei - e em prosas sobre o deficit e a produtividade. Para hoje deixo-vos como meditação o facto de termos entrado no mês de maio e a necessidade e pensar no lugar onde é que nos vamos esquecer durante uns dias da crise que o país atravessa.

Joaquim (assessor)

(Bléque-aute aqui)

Saturday, April 29, 2006

Hipocondria

Debatidos os instintos fermentes
Repassadas as mortais condições
Enjaulados os gritos impotentes
Rasgadas as letais combinações


Empalados na intima firmeza
Deputados de ausente votação
Confortados em torpe sobremesa
Irmanados na busca da ração


Sublimados em câmaras ardentes
Açoitados por mil indignações
Resmungados insultos entredentes
Temendo as actuais inquisições


Foram todos levados em beleza
Descartados de toda a maldição
Devotados obreiros da grandeza
Mártires orgulhosos da Nação.


Umbelina

Friday, April 21, 2006

Casino Lisboa

Como vos tenho dito a época está propícia à cultura. Depois dos funerais vem a bonança. E a bonança vem sob a forma de audiências e pela mão do casino. Claro que eu fui convidado para a inauguração e claro que fui cumprir com todo o rigor a minha função de assessor cultural e o meu dever de estar presente em todas as ocasiões que sejam determinantes para a vida cultural do país. Enquanto o Purfeçor foi para o teatro de guerra eu fui para o teatro da vida. Muitas pessoas mal informadas dizem que o jogo não é uma actividade cultural. Pois há imensas evidências na história do Homem que nos confrontam com a importância do jogo na história da cultura e na evolução da Humanidade. Alguém disse, não tenho aqui à mão quem, que a Vida é um jogo. Outro alguém disse: a Política é um jogo. Outro disse que o Amor é um jogo. Outros disseram que o Trabalho é um jogo, que o Estudo é um jogo, que o Poder é um jogo, que o Futebol é um jogo, que a Literatura é um jogo, que a Medicina é um jogo, que a Guerra é um jogo, que a Justiça é um jogo, etc., etc. Muitos outros jogos haveria mas penso que estes são suficientes para perceberem onde quero chegar. Faz, portanto todo o sentido que se dê ao jogo a importância que ele tem. Um grande casino em Lisboa é apenas o início. Além do aspecto cultural, este casino criou quinhentos postos de trabalho directos. Com apenas mil casinos espalhados pelo país - um mísero quarto de casino em cada freguesia - acabava com o desemprego em Portugal. Aproveitando as sinergias poderiam incentivar-se os reformados a frequentar os casinos juntando-lhe assim a função de centros de dia e lugares seguros onde os mais idosos estivessem a salvo dos assaltantes. Por outro lado - ou pelo mesmo - os assaltantes também se sentiriam tentados a frequentar os casinos ficando assim integrados e afastando-se da vida de delinquentes. É, de facto, um novo mundo que se abre. Fiquei fascinado com o lugar. Em todos os aspectos. Diria que me senti em casa. A minha marquise oval, que inovadoramente construí em Belém, serviu de exemplo a esta grandiosa e gigantesca marquise onde os portugueses se vão sentir em casa e onde se vão deleitar com uma diversidade extraordinária de formas de colaborar com o governo na redução do deficit - o que ainda os fará sentir-se mais em casa. Mas confesso que o que me impressionou mais foi a marquise. È que não me esqueço que neste lugar estava o Pavilhão do Futuro: que melhor futuro que uma marquise cheia de slot-machines?

Joaquim (assessor)

(Casino original)

Tuesday, April 18, 2006

Indignação

Hoje estou indignado! É que já não abastava a trabalheira que tem sido arejar o palácio para ver se saem as preocupações que o outro cá deixou e agora ainda vêm com esta história dos senhores deputados e das senhoras deputadas não poderem ausentar-se mais cedo para ir para a terrinha recolher-se com a família para a santa Páscoa. Os senhores dos jornais, que eu respeito muito, mas que sem lhes faltar ao respeito, tenho que dizer que são uns ateus e não respeitam as tradições nacionais. A Páscoa é Sagrada. Há anos que eu digo isto aos que me são mais próximos e todas as evidências me têm dado razão. O nosso povo, que nos elege tem como lema há milhares de anos Deus, a Pátria e a Família. Estas são as bases, os fundamentos da nossa sociedade. Todos sabemos que o verdadeiro português costuma chegar tarde ao trabalho. Porquê? Para estar mais tempo com a Família. Sai cedo do emprego. Porquê? Para ir para ao pé da Família. Fica de baixa muito tempo. Porquê? Para estar mais tempo com a Família. Faz muitas pontes. Porquê? Para ir à igreja rezar. Para fazer penitência. Os jornais deturpam as coisas. A nossa imprensa julga que tem o rei na barriga. Mas não tem. E o povo que é inteligente paga-lhe da mesma moeda: não compra jornais; não lê jornais; está-se nas tintas para os jornais. Mas fica contente por saber que os seus eleitos vão também mais cedo para casa para estar com a Família e vão à terrinha para passar em recolhida penitência a Quaresma, e partilhar com os seus a alegria da Ressurreição. Temos que ver o alcance Patriótico deste esforço dos senhores deputados e das senhoras deputadas e mesmo dos outros que não são senhores nem senhoras. Esta integração na sociedade é perfeita e radica na natureza verdadeiramente popular da nossa assembleia. Os nossos representantes são a imagem real e verdadeira do nosso povo, empenhados em todos os sentidos em aproximar a sociedade de Deus, em fazer uma Pátria próspera e ter uma Família unida e feliz. Os senhores dos jornais é que me indignam ao não darem o devido valor ao empenho dos nossos dignos representantes. Mais valia que falassem das resmas de preocupações que anterior inquilino de Belém aqui deixou. Já teve que cá vir a desratização quatro vezes. E é por essas e por outras que o Purfeçor ainda só teve tempo para fazer uma saidita. Se ele fizesse umas corriditas à beira Tejo as pessoas ainda o viam, mas ele não é pessoa para ir para a rua correr e deixar a casa por aspirar. Eu é que, apesar de indignado não me posso queixar. Hoje fui a um funeral de arromba e voltei a aparecer na televisão. Até parecia a transladação da fadista. Assim sim, é coisa que se veja. Estou em crer que por estes dias vou aparecer mais vezes na televisão, o que é bom para os meus fãs e para a minha popularidade, porque acho que vão fazer como quando morreu o jogador do Benfica e vão homenageá-lo enquanto render e como sou assessor cultural estou sempre nestas coisas que trazem muita cultura ao povo. Como dizia o nosso antes do anterior primeiro ministro: há males que se vêm por bem.


Joaquim (assessor)

(versão original)

Tuesday, April 11, 2006

Ontem enquanto andava lá pelo hospital a ver as criancinhas a tentar animar o Professor fui pensando em arranjar maneiras de ajudar as pessoas que procuram ajuda aqui no blogue. E foi mesmo à entrada da enfermaria que tive a Heureca. É cada vez mais frequente aparecerem-me aqui questões do Google, do Pesquisa.sapo, do Busca.iol, do Search.yahoo, do Search.msn, etc. que eles não conseguem resolver e mandam para o meu blogue. Seu fosse outro, estava-me nas tintas e deixava que se amanhassem. Mas como sou eu e não gosto nada de ver as pessoas enrascadas resolvi criar um serviço que pudesse corresponder às necessidades daqueles que andam perdidos na net. Assim, a partir de hoje passo a, sempre que puder deixar aqui verbetes especializados que respondam a questões prementes.


1. Imagino a ansiedade de alguém que vai ao Google e lhe pede:

"http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=Esplicar como fazer um desenho de futebol&btnG=Pesquisa%20Google&meta="

É extraordinário que nunca me tinha passado pela cabeça que alguém fizesse uma pergunta destas ao Google. Pois a resposta é relativamente simples: como o futebol é uma coisa difícil de explicar e as pessoas geralmente não percebem o melhor é mesmo fazer um desenho. Para explicar como fazer um desenho eu tinha que fazer um modelo tridimensional o que não dá para fazer aqui no blogue. Mas penso que o leitor já percebeu onde eu quero chegar.

2."http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=praia com jente nu &btnG=Pesquisa%20Google&meta="

Bom, este é um assunto que eu diria candente. A gente pode sempre pensar que há gente nua em muita praia. Por aqui eu indicava o Meco mas mais lá para o verão. Ainda assim é preciso ter cuidado com os ultra-violetas que se vêm do sol e fazem mal à pele.

3. "http://search.msn.com.br/results.aspx?q=bolça de agua quente é bom para quê"

Para terminar por hoje tenho esta questão que certamente a maioria dos leitores se põe. De facto uma bolsa de agua quente não é boa para nada. O que é bom mesmo para quase tudo é uma bolsa bem cheia de dinheiro.


Joaquim (assessor)

Sunday, April 09, 2006

Escritor fantasioso

Thursday, April 06, 2006

I love cinema

Queria deixar aqui uma palavra de agradecimento aos inúmeros fãs que me têm incentivado a participar no Escritor Fogoso. Eu compreendo a vossa ansiedade e o vosso entusiasmo mas dadas as minha actuais funções não devo participar em iniciativas desta natureza. Assim sendo tenho que vos anunciar que desta vez não vão puder contar com a minha prosa. E bem sabem como me seria grato participar num evento destes. Primeiro porque desde criança sou um verdadeiro aficionado do cinema, segundo porque sempre tive uma veia de argumentista e terceiro porque me fascina o poder das imagens. Ao longo da minha jovem vida vi milhares de películas, mais na televisão que nos cinemas por uma questão estratégica. Em casa a gente pode ir vendo o filme e mandando umas bocas, pode dar um salto aos outros canais, e assim, e voltar só quando estão a acontecer coisas importantes. No cinema é uma seca. A gente tem que estar quieto e calado o tempo todo senão há sempre um impertinente a incomodar. Não há pachorra. A única coisa que ainda me leva ao cinema são as pipocas. De facto com um bom barril de pipocas e uma cola a gente sempre se aguenta no mausoléu. Dá até uma certa emoção sentir os sapatos a colar na goma que está no chão. Mas mesmo assim, bom mesmo é ver 'dêvêdês'. principalmente aqueles que cresceram com o tempo. Quando era nas salas duravam hora e meia e ainda tinham desenhos animados. Agora o mesmo filme vem numa caixa com sete discos num total de quinze horas. É só ganhar. Um trás a versão 'remenstruada', outro a versão do realizador, outro o 'meiqueofe', outro o 'meiqueápe', outro as entrevistas dos actores, e os outros três são versões para 'cáraóque', 'peixteichon' e receitas de pipocas. Vivemos mesmo num mundo novo admirável.

Joaquim (assessor)

Monday, April 03, 2006

Trezentas e trinta e três

Antes de mais quero apresentar-me. Sou o Pilata Amalelo, alcunha de rede, de Zeferino Zito, primo quase direito do assessor Joaquim Zito, proprietário deste blogue. Como lhe dou apoio informático autorizou-me a dar aqui, de vez em quando a minha opinião sobre o que me apetecesse desde que respeitasse as regras da boa educação, do decoro e, acima de tudo, da gramática. Claro que ele fez isto porque não está para me pagar as centenas de vezes que me chama pelas mais absurdas razões. E pensa que assim me compensa da trabalheira que me dá. Mas a verdade é que estes gajos mal chegam à política não sei o que é que lhes dá que passam a ter comportamentos estranhos. O Joaquim até era um gajo relativamente normal e agora está intragável. Se ele não me tivesse sujeitado à tal regra do decoro eu hoje falava era da Cátia que ele arranjou para estagiar lá no tasco dele, hehehehe, mas não pode ser. Por isso vou falar das trezentas e trinta e três medidas. Pois o facto é que até podem ser boas mas não podem ser eles a fazer isto. Não está certo. Isto é pura corrupção. Medidas destas estão as ser-nos roubadas a nós que somos verdadeiramente de direita. Estes gajos estão a lixar o sistema político todo. Eu voto sempre na extrema direita, vou às manifas contra tudo o que é esquerda, estou sempre a gritar contra os funcionários públicos e a favor da privatização e de menos estado e agora vêem estes tipos e roubam-nos as ideias, tiram-nos o pão da boca. Assim não pode ser, sou contra, porra, sou contra.

Pilata Amalelo

Monday, March 27, 2006

Sociedade do Conhecimento

Nesta minha nova situação de assessor, em que tenho que diariamente ser confrontado com situações absolutamente inesperadas, tem valido muito a minha intuição para ser capaz de resolver com sucesso os mais enervantes percalços. A semana passada foi um exemplo de como a criatividade quando bem aplicada dá origem a soluções muito funcionais. Para ir directo ao assunto tenho que vos dizer que a Mónica Love-Wisky é uma fraude.

Ela vinha cá para escolher uma estagiária e só arranjou problemas. Tínhamos umas mil gajas a querer o emprego. Até porque a coisa não está boa e a malta pensa que o estágio não é para trabalhar. Primeiro ela disse que já que eram tantos candidatos entrevistava só os rapazes. Eu lá lhe expliquei que o lugar era para estagiária e que por isso só havia raparigas na bicha. Ela riu-se com o que eu disse e até verteu coca-cola em cima do vestido.

A sorte é que o vestido já estava cheio de nódoas e mais uma menos uma ninguém nota. Então disse que podia mandar embora as que não fossem loiras porque uma estagiária que se prese é sempre loira. Foi um problema porque havia loiras que eram loiras e havia loiras que não eram loiras e eu não sabia como é que as ia distinguir. Quando mandei desandar com o megafone as não loiras, só saíram meia dúzia. Então disse que só seriam aceites sobrancelhas loiras. Foi uma grande confusão. Nunca me tinha visto num aperto daqueles. A minha sorte foi ter-me refugiado na marquise oval que eu, há cautela, já tinha mandado fazer em alumínio blindado.

Mas o facto é que a minha ideia deu resultado. Ficaram muito menos loiras para entrevistar. Bom, eu não quero maçar-vos com as várias peripécias da semana. Foi arrasante escolher uma estagiária à altura. A Love-Wisky tinha um método muito estranho de apalpar a qualidade das candidatas. E na sexta feira às três da tarde já as candidatas tinham sido todas rejeitadas. O Professor passou-se. Fechou-se com a Mónica lá no gabinete que não é oval e passado meia hora chamou-me para que eu arranjasse rapidamente uma estagiária que o contrato com a Love-Wisky tinha expirado e era necessário evitar um incidente diplomático.

Confesso que o meu primeiro impulso foi chamar a Umbelina mas depois lembrei-me que a estagiária era para todos os assessores e achei que não era uma boa ideia. Foi aí que me lembrei da minha amiga Cátia que tinha conhecido na bicha para comprar bilhetes para o Benfica-Barcelona. Então telefonei-lhe e perguntei-lhe a cor dos cabelos. Ela garantiu que era mesmo toda loira. Então dei-lhe a noticia de que passava a ser estagiária em Belém. Ela ficou muito contente e disse que ia já despedir-se da merda do hipermercado onde era caixa e lá estaria na segunda-feira, hoje, para começar a trabalhar.

Como podem reparar é uma história comovente. E vou aproveitá-la para a meditação de hoje. Quando os governos não aproveitam as grandes qualidades das pessoas que têm nos seus países arriscam-se a ficar para trás. Ora é isso que está a acontecer connosco. O país perde todos os dias terreno para países que têm muito menos potencialidade que o nosso. E a culpa é dos governos. Eu agora que estou melhor colocado e lido diariamente, tu cá, tu lá, com as mais bem preparadas cabeças deste país e do estrangeiro, vou-me apercebendo do que é que é importante e do que é que não é. E mais do que isso vou-me apercebendo de como o meu pensamento sempre esteve na vanguarda do pensamento internacional e eu nem sabia.

Desde que tomei posse que todos os dias numa ou noutra reunião se reconhece que aquilo que faz avançar os países é a sociedade do conhecimento. Em todo o lado é a mesma coisa. Os governos movem-se no sentido de implantar uma sociedade do conhecimento. E com isto até se me vêm as lágrimas aos olhos. Que desperdício. O 'know how' que nós acumulámos durante quase mil anos não está a ser aproveitado. Quem melhor que nós portugueses será capaz de usar o conhecimento?

Em minha casa, desde pequenino sempre me apercebi que o conhecimento é que permitia ascender na sociedade. Fui criado num ambiente em que o conhecimento era sempre tido como muito importante e quanto mais importante fosse a pessoa que conhecêssemos melhor. Hora este maná social nunca foi explorado por nenhum governo. Lá fora, no estrangeiro não se fala noutra coisa. Sociedade do conhecimento para aqui, sociedade do conhecimento para ali e é vê-los trepar lugares. E nós até parece que não conhecemos ninguém. Foi nesta filosofia que me lembrei da Cátia. Conhecia na bicha do Benfica e estou empenhado em dar a minha modesta contribuição para tornar este país uma verdadeira Sociedade do Conhecimento.

Joaquim (assessor)

Tuesday, March 21, 2006

Angola é massa

Inúmeras pessoas têm-se-me dirigido preocupadas com a minha ausência no blogue. Estavam já a dizer que como não tive direito a assessora estava sobrecarregado de trabalho e nem conseguia ter um tempinho para os meus amáveis meditadores. Ora bem, acontece que, após a posse todos sabíamos que ia seguir-se um tempito relativamente calmo. É previsível que durante os próximos cinco anos não haja assim nada de muito importante para fazer. Por isso o Professor ofereceu-me duas embalagens de batatas fritas que davam direito a um sorteio de uma viagem a Angola para duas pessoas e um animal de estimação. E tive tanta sorte que me saiu. Vai daí eu, a Umbelina e a Nandinha fomos apanhar um bocado de verão porque já estávamos fartos de inverno. E aqui está a razão de nenhum de nós ter tido oportunidade de postar. O Professor também não postou porque ainda lhe dói a mão de apertar tantos bacalhaus e não é bi-dextro como eu. Agora vocês perguntam: então e porque é que não postámos onde estávamos? É porque estávamos na praia, lá não havia 'net' e, vou ser sincero, nem me lembrei disso. Estávamos na maior e com gente muito simpática que, não sei como, descobriu que eu era assessor do Professor e tivemos tratamento VIP. E tenho que reconhecer que a televisão aqui é muito enganadora. Eu estive lá e vi como toda a gente vive muito bem. Há imensa gente na praia mesmo aos dias de semana e cólera, não vi cólera nenhuma. As pessoas falavam todas muito bem umas com as outras e nenhuma me pareceu encolerizada. É evidente que só passam aquilo que querem na televisão e não tem que ter nada a ver com a realidade. Eu que nem pensava nisso agora tenho que apoiar o governo em seguir a máxima que o Professor já prescreveu do "Para Angola e em força!" Até porque é um país muito rico e com grandes potencialidades. Temos que ajudá-los a livrarem-se de tantas riquezas naturais antes que provoquem outra guerra. Como meditação para hoje quero deixar-vos uma reflexão que tive lá na praia quando estava muito sol que, como sabem quando nasce é para todos. A existência de mais necessitados é comum a quase todos os países. Também em Angola encontrei pessoas muito necessitadas. Umas mais, outras menos mas sempre de mesmo muitas necessidades. Já desfavorecidos não encontrei assim muitos. E mesmo os que encontrei não posso garantir que não fossem apenas dos menos mais necessitados. Um país rico preocupa-se com os seus cidadãos e tenta satisfazer os mais necessitados. Suponho que se outras noções civilizacionais os nossos antepassados não deixaram em África, ficou pelo menos esta poderosa ferramenta do desenvolvimento.

Joaquim (assessor)

Monday, March 13, 2006

Susceptibilidades

Depois de uma semana verdadeiramente extraordinária, aqui estou eu para vos dar de novo o apoio que tanto necessitais. Compreendo perfeitamente a angústia que têm sentido com a minha ausência mas também tenho sentido o vosso apoio das mais diversas formas e com isso pressinto que estáis muito contentes com a minha nova situação. Claro que não vou descrever pormenores da tomada de posse. Muitos escreveram-me a felicitar-me pela minha postura durante a cerimónia. Modéstia à parte acho que estive muito bem. Entre os assessores era de facto aquele que emitia mais charme. E mesmo os estilistas mais exigentes não tiveram nada a apontar-me.
Daquilo que pude assistir mais de perto posso dizer que o Arbusto pai é uma excelente pessoa. Contei-lhe uma série de anedotas sobre o filho e ele fartou-se de rir. Disse-me que ele sempre foi assim inteligente e danado para a brincadeira. Até foi por isso que ele se afeiçoou ao Professor, porque são muito parecidos. Mas não vou entrar em detalhes porque agora tenho que separar as questões de Estado das questões mais pessoais.
Uma coisa muito pessoal que me deixou muito agradado foi ter sido escolhido para tomar o retro-viral Tamiflu. A minha importância foi reconhecida e puseram-me na lista dos que é importante que não apanhem a gripe da aves para que este povo brilhante não se acabe por aqui. Como recebi um convite quadruplo, vou dar um à Umbelina e os outros dois ainda vou ver quem dos meus amigos os merece.
Outra coisa que me deixou excitado foi saber que a Mónica Love-Wisky foi escolhida para fazer a selecção e formação das candidatas a estagiárias cá em Belém. Ela não esteve na tomada de posse por causa de não ferir susceptibilidades mas deve chegar esta semana para começar a selecção. O número de inscrições já é quase tão grande como para o Morangos com Açúcar. E para facilitar vamos fazer excursões ao cabo da Roca para que as que forem rejeitadas não tenham que andar à procura de táxi.
Hoje queria deixar-vos como meditação uma questão futebolística. Como sabem o Benfica é uma referência europeia. Tomem atenção porque isto é silogística pura. Se o Naval empata em casa do Benfica e se o Benfica ainda há dias ganhou ao campeão europeu, então o Naval é melhor que o campeão europeu. Daqui se tira ainda um corolário. O futebol da península é melhor que o da Inglaterra. E como (infelizmente) o Benfica nem está em primeiro o nosso futebol é ainda melhor que os melhores. Como consequência eu diria que o Naval é, neste momento, a melhor equipa da Europa. Vocês pensam: então e depois. Pois a minha proposta é que passemos a considerar o futebol como um interesse estratégico. Assim como outros países têm petróleo e diamantes, nós temos futebolistas. Mas enquanto, mais tarde ou mais cedo o petróleo e os diamantes hão-de acabar, nós vamos ter sempre muitos futebolistas para dar e vender. Já vejo um Portugal enorme do Minho a Timor com uma diáspora futebolística em que parte significativa das selecções nacionais dos vários países, são portugueses naturalizados. Vou propor na próxima reunião do Conselho de Estado um estudo genético da população para ver em que parte do genoma está a bola de futebol. Se conseguir-mos este projecto vamos continuar a ter imensas remessas de emigrantes e continuar a viver há grande sem ter que fazer a ponta dum corno.


Joaquim (assessor)